Por você (degustação)

 

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Introduction

Marie é uma jovem de 23 anos, professora de pintura que tem seu próprio atelier. Após 3 anos de relacionamento com Robert, se depara com ele beijando outra mulher, o que acaba por mudar sua vida para pior ou talvez para melhor.
Entre nessa simples e linda história e se emocione com os queridos personagens que além de momentos feliz irão passar por muitos momentos tristes.
Descubra se o passado pode mudar vidas, se a inveja pode destruir e se Marie vai ser forte o suficiente para o amor.

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Encontro

Marie

     Não sabia pra onde iria, só queria sair e me sentir livre, livre de mim mesma. Não queria que ninguém me visse naquele estado. Humilhada, sem chão.

     Bem essa sou eu, Com 23 anos e talvez um pouco dramática ou orgulhosa de mais para mostrar minha intimidade. Penso que existem coisas que ninguém precisa saber sobre nós e que nesse mundo não podemos confiar em ninguém. E nem mesmo no nosso coração enganoso.

Passei três longos e mentirosos anos com uma pessoa que confiava. Ele era meu mundo, mas meu mundo se transformou numa triste ilusão. Uma perda tão grande de tempo. Só me arrependo de ter pensado em viver um futuro, em ter uma casa, em casar e até ter filhos. Tudo isso desmoronou quando vi sua boca colada a outra, sim ele estava me traindo com uma linda mulher que nunca tinha visto na minha vida. Naquele momento minha boca secou, por alguns instantes minha garganta se fechou e a única saída que eu achei foi fugir e correr para um lugar bem distante onde ninguém pudesse me encontrar. Meus passos ficaram mais rápidos e em pouco tempo já estava correndo sem olhar pra nada nem ninguém. Corri o mais rápido que pude, até sentir uma dor tão forte que todos os meus sentidos começaram a desaparecer. Meu corpo já não respondia aos meus comandos e quando já estava quase fechando os olhos escuto uma voz suave, mas ao mesmo tempo muito intensa:

- Não feche os olhos! Não! Não feche. – disse a voz me envolvendo em seus braços quentes.

Abro os olhos, e estou numa cama envolta em lençóis azuis e brancos. As paredes são brancas e meus braços estão com alguns fios grudados. Onde estou? Num hospital? Sim parecia realmente um Hospital, Meu corpo fica cansado e sinto uma vontade incontrolável de dormir.

 

Edgar

Tinha acabado de sair de uma importante reunião, estava exausto. O dia foi repleto de trabalho e chatisses.   

Entrei no meu carro e comecei a dirigir numa velocidade um pouco acima do limite, queria chegar em casa e relaxar, era tudo o que eu queria naquele momento. Enquanto dirigia o meu carro pensava qual seria o programa da noite. Talvez um bar onde eu pudesse achar uma boa compania para esticar a noite no meu apartamento. Não era uma má ideia.

Na tentativa de chegar mais rápido resolvo pegar um atalho, nunca fui de cortar caminho para casa, mas a urgência de relaxar na minha banheira falou mais alto, peguei o atalho e coloquei uma música bem alta de rock continuando pelo meu caminho não habitual. Acelero mais um pouco e faço uma curva quando sinto algo bater no meu carro. Paro.

Saio rapidamente do carro para ver no que eu bati. Meu coração quase parou quando olhei para a mulher caída e quase perdendo os sentidos.

- Não feche os olhos! – disse firme, sem resultado algum.

Num impulso peguei ela no colo e gentilmente a coloquei deitada no banco traseiro. Liguei meu carro e fui para o hospital mais próximo.

Estava desesperado e nem sabia o que fazer bem, nunca imaginei que poderia passar por uma situação assim. A única coisa que poderia fazer naquele momento era levar a mulher para o hospital e rezar para que ela estivesse bem.

Depois de passar por vários exames finalmente eles me deixam entrar

no quarto onde ela dorme tranquilamente. O que será que passou pela cabeça dela? Eu nem a vi passando na minha frente. Parecia estar com muita pressa. Espero que ela melhore e logo. Não quero que ela pense que fugi depois do acidente. Sento numa poltrona e continuo olhando para ela, até que meu cansaço me vence.

Marie

Sinto uma grande dor de cabeça e pisco os olhos várias vezes para me acostumar com a luz do quarto. Olho para o lado e vejo um homem na poltrona dormindo. Não entendo quem é ele? Olho melhor e realmente eu não o conheço, mas de uma coisa eu sei. Ele é lindo. Fiz um esforço para lembrar o que tinha acontecido, mas a única coisa que me vem à mente é de ver o Robert beijando uma gostosona. Que ódio! Nunca na minha vida pensei o ver fazendo isso comigo, foi um choque tão grande, penso que seria para qualquer mulher que realmente gostasse de um homem, mas nesse caso é um galinha mesmo.

Olho novamente para o lado e tomo um susto vendo que homem que dormia poucos minutos atrás me olhava fixamente. Uau, ele é mesmo lindo, mas de onde nos conhecemos? Ele estava totalmente bem arrumado e só com uns cabelos fora do lugar. Com aqueles lindos olhos verdes em cima de mim que me deixam intimidada, ele parece ser novo, com a aparência de 27 ou 28 anos, e com uma cara um tanto desesperada. O que será que ele tem?

- Você ­ está bem? – ele me perguntou – O que passou pela sua cabeça para se jogar na frente do meu carro?

- Desculpa, eu não te conheço e nem sei do que você está falando. – deve ser um doido que deixaram solto pelo hospital.

- Como assim? Por que você acha que está no hospital? É por que você passou como uma maluca na frente do meu... – fomos interrompidos com o barulho da porta.

Quando a porta se abre totalmente, meu coração para no mesmo instante, e a raiva, magoa e tudo que tem de ruim nesse universo toma conta por completo do meu corpo.

 

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Verdades

Marie

- Meu amor, o que aconteceu? Fiquei tão preocupado. Como você está? O médico disse que foram só uns arranhões e que posso te levas para casa ainda hoje. – me abraçou bem forte, como se nada tivesse acontecido e como se fosse o namorado mais preocupado do mundo, mas eu sei com o que ele esteve preocupado. Ô vontade de matar!

- Robert, eu acho melhor você sair do meu quarto agora. – ele me olha confuso – Você deve pensar que eu não vi o que você estava fazendo.

- Mas o que está acontecendo Marie? Eu vim te buscar para te levar para casa e você me manda ir embora? O que você viu de tão grave para falar assim comigo?

- Pensa um pouco seu idiota. Ou você acha que antes de acordar nesse quarto eu não vi você beijando outra mulher? Como pude ser tão cega? Robert você era a pessoa mais especial do mundo para mim, claro que o nosso namoro não era perfeito, mas eu confiava em você, eu amava você. Mas realmente, nós nunca conhecemos uma pessoa de verdade, nunca sabemos quando ela pode nos apunhalar pelas costas. Eu não quero te ver nunca mais na minha frente! – retomei o fôlego e respirei fundo, tentei não chorar, mas em vão.

- Amor você deve estar enganada, não era eu meu bem. Nunca teria coragem de fazer isso com você. – mas que falso meu Deus!

Ele começa a andar na minha direção e quando chega perto o homem que estava no quarto o empurra com tanta força que ele caiu no chão. Fico de boca aberta, eu até tinha esquecido que ele esta ali no quarto.

- Tá maluco cara? Quem você pensa que é? Além de atropelar minha namorada você quer cair na porrada comigo também? Você é mesmo doente! – ele chega perto do homem e tenta empurrar ele também, mas nem do lugar ele saiu.

- Você não ouviu ela dizendo para sair daqui? Tá surdo? Ou prefere que eu te acompanhe até a porta do hospital? – falou quase gritando.

A porta se abre mais uma vez. É o médico.

- Está tudo bem por aqui? – pergunta.

- Sim doutor, eu já estou de saída. Marie, temos que conversar quando estivermos sozinhos. – virou e foi embora acompanhando o médico para o meu alivio.

Quando Robert saiu do quarto o homem calmamente se sentou e me encarou. Ele tinha olhos tão intensos e tão verdes que eu não conseguia encarar ele da mesma forma que ele fazia comigo. Desviei o olhar. Eu tinha medo, mas ao mesmo tempo fiquei curiosa em saber todos os segredos que aquele olhar escondia.

- Bem. Agora acho que já entendi por que você não me viu passando quando estava correndo. Quero pedir desculpa, o Robert apareceu aqui porque peguei seu celular para ligar a alguém conhecido. Eu não sabia o que tinha acontecido. – disse sincero.

- Não precisa me pedir desculpa você não teve culpa. Eu que deveria me desculpar por me jogar na sua frente. Devo estar dando muito trabalho. – desviei o olhar mais uma vez.

- Marie não é? Você não está dando trabalho, apenas fiquei preocupado quando te vi no chão e te trouxe aqui.

- Sim me chamo Marie. Obrigada por me trazer no hospital e por me defender do Robert, não sei o que aconteceria se eu estivesse sozinha. Desculpa, mas nem sei seu nome. – mais uma vez falei com vergonha.

- Edgar, meu nome é Edgar.

Edgar

Quando liguei para o Robert nunca imaginei que causaria toda essa confusão, mas precisava avisar a alguém que ela estava no hospital.

Alguns momentos depois de chegar, eles começaram a discutir e quando eu o vi chegando perto contra sua vontade não me aguentei. O empurrei para o mais longe possível, não era para derrubá-lo no chão, mas aconteceu. Ele se levanta e tenta fazer o mesmo, mas não consegue. Muitos anos de defesa pessoal. No fim eu o mandei embora com a pequena intervenção do médico que ajudou a não criar mais problemas. Eu sei que não tinha nada a ver com o assunto, mas eu não

consegui me controlar vendo aquela cena.

Sentei na poltrona mais calmo e comecei a falar com a Marie. Ela nem me olhava nos olhos. Observo o máximo possível e vejo uma linda mulher de olhos cor de mel, cabelos pretos com pequenas ondas nas pontas. Ela tinha o olhar assustado e frio, mas não deixava de parecer uma pequena princesa lançando o seu encanto em mim.

- Desculpa, ainda nem sei seu nome. – fala quebrando meus pensamentos.

Respondo, mas o que será que está acontecendo comigo? Nunca me interessei tanto por uma pessoa, ainda mais depois de algumas horas. Não faz sentido. Que curiosidade é essa que começou a nascer dentro de mim? Nós nem nos conhecemos. Como é possível isso acontecer?

Levanto e vou falar com o médico, preciso saber se podemos sair do hospital.

- Obrigado doutor. – disse ao médico que havia acabado de me informar que Marie poderia ir para casa. Finalmente.

Entro no quarto e vejo-a dormindo, o que lhe dava um ar mais angelical do que nunca. Sacudi a cabeça, foco. Estou é ficando fora de mim.

Chego perto dela para acordá-la, tento dar uma sacudidela em seu ombro, mas hesitei ao ver que ela se mexia suavemente para ajustar seu corpo pequeno e delicado à cama. Tento mais uma vez. Estendo a mão e ela abre os olhos vagarosamente despertando de seu sono. Levantou o olhar e me encarou por uns segundos com aqueles maravilhosos olhos e desviou o olhar, isso realmente me incomodava muito.

- Já reparei que nunca me olha diretamente nos olhos. – disse num tom sereno. Estou realmente muito intrigado, será que ela tinha medo de mim?

- Desculpa, é que nunca acordei com olhos tão lindos em cima de mim. – dei um leve sorriso e a atmosfera em nosso redor muda e fica mais leve do que antes. Pela primeira vez me olhou diretamente, parecia mais calma, mais relaxada.

- Você se sente bem? O médico já te deu alta, quando quiser posso te levar para sua casa.

- Sim estou bem, mas não precisa me levar para casa, você deve ter muitas coisas para fazer e eu já te prendi muito aqui hoje. – ela parecia bem envergonhada. Peguei-a por um braço carinhosamente e fiz ela dar uns passos, o que não conseguia fazer direito de uma perna.

- Não parece que você está bem, vamos, de qualquer jeito se você for sozinha com certeza só chega em casa amanhã. – não consegui evitar a brincadeira, mas de presente consegui um lindo sorriso. Peguei- a no colo e fui em direção ao carro, ela é tão leve, tem um cheiro tão doce. Isso só me mostra que tenho mesmo uma princesa nos meus braços.

 

 

 

 

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